Sinto o céu se escurecer, sinto
meu corpo ficar em temperatura baixa, fria, gélida. Estou em meu pensamento
agora, num campo livre, sem nada, na varanda de uma casa vazia, só meus
pensamentos gritam pela janela, se afogue em seus pensamentos. Um piano com sua
musica triste interrompida por uma batida brusca no teclado, e o silencio da
musica toma espaço em minha mente. O vento congelado bate no meu corpo, no meu
cobertor, eu não consigo sentir minhas pernas que antes estava tremendo, e
nesse momento estão imóveis. Vejo ela me chamando na beira do mar escuro.
Levanto-me e saio pela areia da praia escura pela tempestade negra. Vejo ela na
beira do mar, apenas com seus pés afogados. Quando cheguei perto da tempestade,
ela me olhou bem fundo nos olhos, e olhou para o mar negro em violentas ondas,
é como se dissesse, venha comigo, venha afogar os seus problemas. Peguei na mão
da tempestade e olhei em seus olhos, baixei a cabeça, e dei um passo para trás.
A tempestade se aproximou de meu rosto e deu-me um beijo frio, e depois sumiu
em ondas na beira do mar. Voltei para a sacada da casa, e lá fiquei a observar
a grande tempestade. Eu tenho problemas pra afogar, pensei um pouco e percebi
que não sou o problema, só isso me fez desistir, desistir de afundar. Fiquei na
varanda sentindo o frio me congelar, olhando aquela linda tempestade dançando
sobre as ondas.
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