Sento-me,
sozinho no banco da praça. Foi aqui que combinamos de nos encontrar. Espero sem
hesitar. Respiro fundo, lembro-me daquele lindo sorriso, aquele rosto
angelical, aquele corpo desnudo sobre a cama respirando lentamente. Fecho meus
olhos e tento me segurar, sinto vontade de gritar, de sair correndo sem rumo.
Tudo que tivemos foi tão lindo, e mesmo assim cá estou eu, esperando aquele
rapaz que transbordava amor. Abro meus olhos, baixo a cabeça. Tenho que
aceitar que ele não virá. Quem sabe em outra forma de vida, em outra dimensão. Seguro
as lágrimas. Seguro a angustia em forma de nó na garganta. Não disse que o
amava a tempo, e hoje só eu e o vento que bate em meu rosto sabemos disso, e
digo baixinho. – te amo. – E as palavras se dispersam, somem no horizonte, ninguém
ouviu, só os pássaros sobre minha cabeça. Levanto-me do banco na praça e volto
pra casa, e aguento firme, hoje foi só mais um dia, sem ele.
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