Ando na rua
depressa. Não olho muito para os lados, e meu olhar nunca esta centrado em
algo. Às vezes quando olho pra alguém e este alguém esta me olhando, tiro logo
o olhar, pois sinto medo. É como se eu não fizesse mais parte deste mundo. Tudo
e todos a qualquer momento podem me machucar. Tenho medo do que vão pensar de
mim, minhas roupas, meu jeito, meu cabelo, sério demais, não tão sério. Às vezes
ajudo um velhinho a atravessar a rua e me imagino na velhice sozinho, será que
vão me ajudar quando eu estiver velho também, me sinto tão bem por ajudar, mas
triste, pois me vejo daquela forma no futuro. De noite em casa deitado na minha
cama, sinto a solidão me assombrar. Estar sozinho não é bom, principalmente
quando você não tem ninguém, nem um desconhecido para conversar, apenas
escrever em um blog ou fazer um desenho pra tentar colocar o que estou sentindo
pra fora para amenizar um pouco a solidão. Às vezes abro os olhos e fico
olhando para o teto o dia inteiro e fico imaginando um monte de possibilidades,
e todas elas descem pelo ralo. Tento conhecer pessoas, e quando me perguntam se
estou bem eu digo que estou, pois não quero ter o trabalho de explicar o porquê
de não estar bem, sendo que as pessoas nem ficam na minha vida por muito tempo.
As pessoas estão sendo muito automáticas ultimamente, tenho reparado que às
vezes quando recebo um bom dia, automaticamente desejo um bom dia também, mas será
que estou sendo sincero? Estou me isolando das pessoas cada vez mais, e sinto
como é o peso da solidão a cada dia que se passa, e cada vez mais isso só
aumenta. Por isso ando na rua depressa, sem olhar muito para os lados, não pretendo
me enganchar, não pretendo ser um marco na vida de ninguém, e assim não vou ser
como a maioria que tenta e ao invés de marcar, suja sua vida e depois te
esquece.
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