A
altura do galho estava bastante alta, não queria aprender a voar, queria
ficar ali no quentinho, junto com seus irmãos passarinhos. Precisava aprender
também que todo passarinho é livre. Nasce com as asas viradas para o mundo. Não
sabia voar, e nem sabia se queria aprender, mas foi necessário, pois sua mãe o
empurrava para fora do ninho. Logo caiu em queda livre, e suas asas começaram a
bater rapidamente, o chão que se aproximava o assustava, parecia que ele iria
entrar em uma nova dimensão, em outro mundo. Quando percebeu, estava voando por
cima das outras arvores, no imenso céu azul, e foi aí que ele sentiu que aquilo
era muito bom. Sentir o vento batendo nas suas asas, sentir que podia ir pra
onde quisesse, em qualquer direção, onde o sol repousava, para onde os pássaros
migravam, para aonde a liberdade gritava. Sentia em seu peito que foi bom ter
aprendido voar mesmo que ele não quisesse, aquilo realmente era muito bom. Não
entendia como aquela mágica acontecia, mas sentia que entre suas asinhas
pequenas, algum ser que o segurava lá no alto, fazendo com que ele planasse no céu.
Ele foi na direção do por do sol e nunca mais voltou. Nunca mais viu os seus
irmãos nem a sua mãe. Mas sentia em seu peito que isso não era necessário, ele
sentia que todos os pássaros que ele encontrava eram de sua família, formando
assim uma grande família, amando uns aos outros de qualquer forma.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
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