Escrevi na carta que te
entreguei coisas sobre minha vida. Coisas passadas. Feridas abertas e fechadas.
E nesta carta eu te entreguei um pedacinho de meu coração. Camadas que você
tinha que descobrir sozinho. Eu poderia te amar a vida inteira, isso me
cansaria muito, mas eu sentiria orgulho de mim mesmo por essa loucura. Há
alguns anos eu escondi coisas que ninguém sabia e agora em um simples pedaço de
papel você sabe tudo sobre mim. Meus pequenos erros, que fazem de mim um
humano. Só de imaginar que você pegou minhas letras em suas mãos, meus poemas,
meus desenhos, meus sentimentos, me sinto leve e me sinto um completo idiota
por ter me entregado tão fácil. Eu queria ter escondido grande parte de mim. Mas
não consegui esconder numa carta, imagine só, se você visse tudo em meu olhar. Eu
queria te ter aqui bem pertinho de mim. Me sinto tão impotente. Lembro-me das
noites em que brincávamos de anjo e sapo. Você era um anjo lindo, quase um
principie, mas ninguém é príncipe. E eu um sapo. Um sapo que não se tornava
príncipe. Você ajudou a me aceitar ser assim. Um sapo cheio de defeitos, feio,
simples e sem grandes atrações, mas que ao ser beijado não muda, não
desencanta, sempre será este sapo ao qual você conhece desde o inicio. Este ao
qual me descrevi na carta. Esta pessoa, ou pequeno anfíbio, simples e inocente
de alguma forma, ainda acredita que possamos nos encontrar em algum lugar, em
um tempo, não sei se perto ou distante, mas sinto que irá acontecer. Que
possamos nos encontrar. Peço para que guarde as cartas que eu te dei, e se não
for aquilo que eu realmente imaginei, ou senti, rasgue-as, ou devolva-me.
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David, que dádiva encontrar esse teu blog em meio a tantos blogs de esmaltes e looks do dia. Um blog com vida! Por mais que seja meio dolorosa às vezes né? Eu me emocionei com tua carta, eu acabei me identificando com ela por estar vivendo um momento parecido, onde entreguei muito de mim e parece que isso foi um erro. Por isso em minha descrição escrevo que tive que me perder pra poder aprender a dar valor a mim mesma. Você tá perdido em achar que ele é o príncipe e você o sapo. Você tá perdido mas como eu, vai encontrar a si mesmo e quando encontrar, vai cair em si e ver que quem é sapo é pessoa insensível e que ignora um outro ser humano. Ninguém tem o dever cívico de nos amar, mas gosto da frase do Caio Fernando Abreu que diz:
ResponderExcluir"Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis."
Você é o príncipe dessa história. Acredite viu? Sapo é quem trata os outros como objeto descartável.
http://arosadehalfeti.blogspot.com.br
Eu fico muito feliz que tenha encontrado meu blog ao acaso. E que tenha se identificado com este texto. Confesso que isso sempre me ocorre, é triste, e esta é forma que encontro de desabafar, comigo mesmo. E obrigado pela mensagem de incentivo! Acredito que sua mensagem me deixa feliz, e me motiva a acreditar que sou o príncipe desta historia. Fica com Deus <3
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