Desde pequeno eu sempre achei que a vida seria uma coisa linda e perfeita, porque todas as crianças pensam isso, nenhuma criança pensa em seu futuro como um adulto, uma criança não vê os problemas da vida. Fui crescendo e vendo as dificuldades que minha família passava, a comida que faltava, a roupa que não podíamos ter, o brinquedo que não ganhávamos no natal, um bolo de aniversário que eu nunca tive. Fui crescendo vendo meus pais sempre brigarem, eu me sentia muito mal por ver aquilo acontecer, eu era uma criança, e a unica coisa que eu queria era que tudo aquilo se resolvesse. Meu pai, que sempre deixou bem claro pra gente "os filhos" que nos amava muito, e aquilo me confortava. Com o tempo me acostumei com as dificuldades, minha mãe foi do tipo que destruiu a vida dela e a de meu pai, porque ela vivia com meu pai por pena, e a pergunta que fica, porque meu pai sempre se resolvia com minha mãe e estava sempre em casa depois de todas as brigas? porque ele amava os filhos, e só isso mantinha ele perto da gente. Minha mãe sempre foi amarga em toda sua vida, nunca recebi um carinho dela, nunca recebi um eu te amo, coisa que meu pai era ao contrario, sempre muito carinhoso, sempre dizendo que nos amava.
Depois de um tempo, com mais ou menos 15 anos, eu comecei a ver a vida diferente, eu conseguia ver as coisas de uma maneira mais pesada dentro de casa, eu via que o que minha mãe fazia com meu pai era mesmo muito inaceitável. As brigas que eu estava acostumado a ver só com meu pai, começaram a ser frequentes com todos de casa, o que me deixava muito triste e abalado. Meu pai sofria calado na maioria das vezes porque ele não dizia pra ninguém o que estava sentindo. Minha mãe desejou a morte ao meu pai, e ele sofreu um acidente, deslocando a clavícula. Meu pai que estava morando de aluguel, viajou para sítio novo, uma cidadezinha do interior, onde a mãe dele "minha avó mora", para cuidar dele por um tempo. Meu pai abriu o coração com a mãe dele, tudo que ele sofria dentro de casa, tudo que ele passava, o que fez com que a mãe dele pedisse pra que ele morasse com ela, e ele recusou porque ele não conseguia viver longe de seus filhos. Voltando pra casa, mãe o aceitou dentro de casa, as brigas acabaram. A casa estava passando por uma pequena reforma, estava tudo muito bem, minha família estava passando por um bom momento, não sei se meu pai estava feliz, mas acredito que sim, ele tinha a nós.
25 de junho de 2009 Michael Jackson morreu, nunca fiquei tão comovido com a morte de um artista tão conhecido pelo mundo todo, meu pai que pelo seu olhar, demonstrava uma certa tristeza. E ficávamos de frente a TV assistindo o DVD de Michael Jackson, eu estava feliz, eu quase nunca assistia TV ao lado do meu pai. Por esse tempo, meu pai mudou de uma maneira que eu estranhei, ele estava feliz, e ele estava querendo nos agradar da melhor maneira possível, eu consegui perceber isso. Meu pai estava mais carinhoso, mais brincalhão, eu estava amando meu pai naquele momento mais e mais.
No dia 11 de julho meu pai faleceu de um infarto fulminante na madrugada da sexta pro sábado de 2 horas. Naquele momento eu vi meu mundo cair. Eu não me via sem meu pai, eu estava perdendo o grande artista de minha vida naquele momento. Ficar o dia todo dentro de uma igreja vendo meu pai deitado dentro de um caixão não era uma coisa que passava pela minha cabeça, eu estava triste, eu passei o dia chorando esperando meu pai se levantar dali e dizer que tudo não passava de uma brincadeira. Mas Deus via o que ele passou em toda sua vida, estava na hora de levar aquela pessoa para um lugar melhor. Eu tive que me conformar, entrar dentro de casa e não vê-lo, não encontrar alegria na casa. Foi muito difícil...
Depois da morte do meu pai, a mascara da minha mãe foi caindo, como ela não tinha meu pai, sobrou os filhos para arranjar brigas e a humilhar. Já faz mais de 4 anos que eu sofro com brigas e humilhação com minha mãe. Por eu seu o único homem da casa, esse peso pegou mais em mim, e tudo que meu pai passou eu estava passando, por todo tipo de humilhação, e brigas o tempo todo, eu estava enlouquecendo.
Minha mãe com quase 50 anos se envolveu com um homem de 28 anos, não o conheço, e por mim ela pode fazer o que quiser da vida dela. Eu só deixei bem claro que ela nunca poderia colocar homem dentro de casa por causa das minhas irmãs. Deixei de ajudar ela na mercearia que temos em casa, ela tinha deixado de ir para igreja, hoje ela veste shorts curto, blusa decotada, sai para as festas, só volta no dia seguinte, e fez amizade com varias mulheres dessa qualidade. Ela queria que eu aceitasse isso nela, eu sinceramente não aceito, mas também não proíbo. Como eu não estava ajudando ela em nada, eu também não falava com ela pra evitar as brigas, e ela sempre me provocava com indiretas, mas comecei a fingir que não escutava. já fazia bastante tempo que não avia confusão, eu não poderia ajudar ela na mercearia, se ela quer sair pra farrear, então ela trabalhe sozinha e consiga seu dinheiro para as farras sozinha. No finalzinho do ano passado, ela me ofereceu um dinheiro pra viajar e ver a família do meu pai que eu não via a muito tempo, no começo recusei pra não deixar as minhas irmãs, ela poderia aproveitar e colocar um namorado dentro de casa. Decidi em cima da hora viajar, o que foi muito bom, porque eu revi todo mundo, eu estava com bastante saudades de todos, inclusive de minha avó "mãe do meu pai". Durante quase um mês fora, decidi voltar pra casa, decidido a voltar a estudar e terminar meus estudos, decidido a ajeitar minha vida.
Cheguei em casa dia 21 de janeiro de 2013 e encontrei a casa pior do que tava quando saí, e ela mais venenosa ainda, eu que tinha vindo com minha avó, fomos recebidos como se fossemos dois estranhos. Não aguentei em ver a casa toda bagunçada, sem água para beber e sem almoço. Foi motivo para mais uma briga, ela disse tanta coisa, disse que não me aceitaria em casa, disse que eu poderia ir embora, mas tenho total direito a casa. Minha mãe disse que deveria ter envenenado minha avó, tínhamos chegando a 3 horas de viagem quando minha vó decidiu ir embora na mesma hora. O que me entristeceu, porque a pessoa que queria meu bem estava indo embora e me deixando sozinho numa casa podre.
Uma noite dessas tive uma briga com ela, xinguei ela de tudo de ruim, e ela do mesmo jeito, só que ela envolveu meu pai no meio, o que me subiu o sangue pra cabeça e acabei batendo no braço dela, e ela sabendo que se eu batesse mais nela veio pra cima de mim pedindo para eu bater mais para me prejudicar, xingou minha vó e bati no braço dela e joguei uma chinela nela. Ela decidiu me denunciar para a policia, então entrei para dentro de casa e lá fiquei esperando a policia, passou meia hora e nada, fui na casa de uma colega e depois voltei para dormir em casa. Ela contou todo o acontecido ao namorado dela, que no dia seguinte de 3 horas da madrugada apareceu lá em casa, entrou dentro de casa e deixou a TV no máximo fui lá e pedi para que baixassem, e ele já demonstrou estar alterado. Tranquei a porta, e fiquei no quarto trancado mais minha irmã, ameacei ligar para a policia, mas ele disse que se a policia não resolvesse nada seria pior. O que aconteceu, ele me xingou de tudo, me ameaçou de morte, quis arrombar porta, como eu não tinha ligado para a policia com medo, eu e minha irmã decidimos sair pela janela do quarto. Fomos para o quintal de casa, oramos debaixo do pé de acerola, e depois ouvimos mais um barulho dentro de casa e decidimos pular o muro, até sair para a rua, isso já era mais de 3 horas da madrugada. Minha irmã ligou para uma amiga dela que morava ali perto e fomos para a casa dela até amanhecer. No dia seguinte eu conversei com toda a educação com minha mãe e ela deixou bem claro que não vai deixar o namorado, mesmo ele tendo me ameaçado. Foi aí que decidi ir embora.
Estou indo embora para uma cidadezinha do interior onde minha vó vai me receber de braços abertos, vou volta a estudar, vou tentar concertar minha vida, parado não posso ficar. Se Deus quiser eu vou conseguir alguma vitória. Eu vou embora mas não abro mão da minha parte da casa, sei que a casa esta no nome dela, mas ela tem que colocar a mão na consciência que filho só se põe no mundo se for pra cuidar, ainda mais sabendo que fui planejado.
Peço aos meus amigos que orem por mim. Deus abençoe todos vocês.
