quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Repensar


 
Somos o silêncio deste lugar,
Deitados a noite sobre o luar,
Perdidos nas palavras da mente,
Somente palavras que mentem,
Uma ilusão que me deixa vazio,
Cheio de magoas ao meio fio.
A vontade de um abraço apertado,
Um sorriso e um coração despedaçado.
Abaixo minha cabeça e repenso,
Nunca me senti tão sem começo,
Sem saber pra onde caminhar,
As estradas ficaram escuras e andar...
Andar só aumenta a minha angústia,
Por ficar distante,
Por querer estar perto,
Mas neste instante,
Acho que este é o certo,
Não vai ser fácil pra mim,
Mas tenho que tentar,
Os sorrisos não podem resistir,
Quando uma lágrima quer insistir.
Deixe-me sozinho,
Para que eu possa repensar.
Como vou me acostumar,
Viver sem você,
Sem estar...
Sem mim.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Depois do Bolo de Chocolate

    Ela bateu na minha porta implorando para eu abrir e a receber com lágrimas nos olhos, e a única coisa que eu disse foi: Estou pronto para essa jornada. Sentirei o frio correr meus pés, até todo meu corpo congelar, e no infinito descansarei. A morte é um tipo de contrato que a gente assina por ter vivido, e acabei vivendo além da conta e percebi que semana passada bebi demais e xinguei o barmen. De uma coisa eu sentirei saudades, das minhas paixões perdidas pelas esquinas na noite, dos meus amigos que recolheram minhas lágrimas, do meu pai que já morreu e da minha mãe que me abandonou. E claro, das minhas irmãs que nunca riram de minhas piadas. A vida é amarga, difícil, como se não houvesse um lugar para ser feliz, tomar um café e adimirar os pássaros. A gente planta coisas ruins e coisas boas e tenta espremer tudo pra ver se sai alguma doçura no final disso tudo. E como eu disse, a morte é um contrato que a gente paga por ter vivido, se viveu bem ou mal, foda-se, a morte não quer saber, eu tive minhas chances, mas não aproveitei o suficiente. Se eu me perder no além, não chores por mim, pois não poderei retribuir tantas lágrimas. Eu só queria chuva antes de tudo, do céu e não dos olhos de ninguém. Sentirei falta daquele bolo de chocolate que uma vez Debora fez, mas quando chega a hora, a tristeza que se fora volta, o sorriso que se fez se desfez, e agora somente restou a saudade de comer aquele pedaço de bolo. Eu disse a morte: Pode me levar o mais rápido possível daqui, não quero morrer gordo, pois não se alimentaram do bolo e sim da minha própria carne.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pedacinhos de Ouro no Céu



    Sobre a minha cabeça um céu cheio de estrelas que brilham na noite. Dormi deitado entre as estrelas perdidas no céu. Achá-las escondidas entre as outras, da até  pra escutar uma música que vem do céu, um som de estalos no ouvido. Uma fogueira que me aquece. O brilho de cada uma, amarelinhas lá no finzinho, cor de ouro, uma mina de ouro, ouro cintilante. Algumas estão piscando para mim, em vermelho e azul. E em vermelho e azul deixo minha mente fluir, a dança delas em um belo vestido azul ou em um belo vestido vermelho. Quem sabe um vestido cor de ouro? Podem ser estrelas ricas de tanto ouro, só que elas reluzem na noite, e seu brilho as deixam nítidas bem pertinho umas das outras. É um baile no céu, um grande pátio onde todas juntas ao som de uma música soada pelo violino, dançam como se não houvesse um amanhã. Seu som flutua como as folhas secas de uma árvore numa leve brisa. A noite escura, onde elas estão brilhando no fundo do quadro, na pintura escura, os pontinhos iluminados, perdidos e achados pelos meus olhos dançam no grande pátio do espaço. Fico também a dançar junto ao vento, ao som do violino. Sinto a brisa me rodear e as estrelas a brilhar. Cada uma como um lindo sonho no céu em um véu. Juntas lá na imensidão. Sozinhas sem minha paixão.

ir embora

  Me deixe em paz. Quando eu quiser ir embora, me deixe ir. Você não precisa me dizer mais nada. Não precisa fingir que somos amigos. Não pr...