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Havia entre quatro paredes

Tu e eu

Quem iria acreditar

Dois amigos a conversar

Jogando palavras ao vento

Entre um olhar e outro

Queria eu pousar em teus braços

Provar desse desejo

Beijar sua boca

Te abraçar contra a parede

Sentir suas pernas nas minhas

Arranhar tuas costas

Peitos desnudos a suar

Dois corações ardentes

Mas, eram apenas desejos

No canto do meu olhar

Tento disfarçar

Te escuto contar suas ultimas palavras

Penso baixinho

Será que somos apenas amigos?

Pedras nos Bolsos

A vida me ensinou que as águas do rio descem, e as folhas que nele caem são levadas para o fim. Aprendi que nunca devo voltar atrás, mesmo não sendo nada fácil, mas como no final de uma frase, o ponto final se faz necessário. Fui feliz a um tempo atrás, e felicidade tem data de validade. Preciso correr atrás de novas distrações, novos sorrisos, novos sonhos. Dormi muitas noites triste, esperando amanhecer um dia mais alegre. Amanheci com a mesma sensação ruim da noite anterior, e isso só reforça a ideia de que tenho que seguir em frente. Uma âncora me puxa para baixo, mas serei como o mar violento. Vou devastar toda essa praia numa noite de ira. Está decidido. Vou esquecer você!

Sobrevivência

Nos conhecemos no meio da noite fria. Dois corpos precisando do calor um do outro. Te levei para minha casa, e nos aquecemos até de madrugada. Ao som do amanhecer, meu coração fica mais leve, pois achei você pra mim. Saio na rua, antes de todo mundo, pois os passarinhos que não devem nada a ninguém já estão voando por aí. Sento na calçada e penso. Será que o amor está de volta? A vida me ensinou a ser tão frio, e agora me mostra que nós precisamos de calor para sobreviver. Ele dorme calmo lá dentro, no aconchego do meu coração.

Casa Abandonada

Era um corpo, uma casa, que por fora estava maquiada, mas por dentro estava destruída. Tudo parecia bem, mas só parecia. Um dia, decidiu por fim em toda aquela situação, construção. Tudo não fazia mais sentido para ele. Tentava aguentar o máximo que podia, e vivia atrás de conselhos para melhorar toda sua pintura, mas, tudo que ele ouvia, era o mesmo de sempre. Seus olhos, suas janelas, tinham infiltrações de água todos os dias. E a cada noite desmoronava sua alma. O tempo tinha sido cruel para com todos, e ele percebia as outras construções tão seguras e fortes. E ele estava pensando, em quanto tempo ele continuaria fingindo ser feliz. Era hora de por um final em tudo aquilo. O que ninguém entendia, é que uma alma como aquela em ruínas nunca teria concerto. Um sentimento de tormento o tomava a todo instante, e sabia que só uma coisa o traria paz. Aquela noite foi seu último desmoronamento. Adormecendo para sempre em meio sua destruição.

Mundo Paralelo

Era tão jovem, para acreditar o que era o amor de verdade. Ficava tentando entender porque as pessoas falavam de estrelas, sem saber que elas estavam fantasiando um mundo totalmente paralelo. Toda vez que eu voltava da escola, passava na frente de um barzinho, onde vários homens mal vestidos e barbudos, enchiam a cara, deixando suas famílias em casa, tentando esconder os problemas, nem que fosse por uma hora. No fundo tocava uma musica que falava sobre amor e arrependimento, e tudo que eu relutava era em não seguir esse mesmo exemplo. Voltava pra casa e planejava como seria meu futuro. Tudo que eu queria era ser uma boa pessoa. Mas por ser tão jovem, mal sabia que não era tão fácil assim. Hoje, olhando para aquele menino observando as estrelas na janela, percebo o quanto ele esta fantasiando um mundo cheio de sonhos. Tudo que eu queria dizer pra ele, se eu pudesse dizer, seria, "que seus pés nunca falhem, e assim chegará até o final".

Memórias

Em algum lugar de minha memória, guardei boas lembranças. Foram tantas, que tento me lembrar todos os dias, para ficar gravado na memoria a vida inteira. Desde abraços, o cheiro de perfume no ar, ou ate um simples sorriso. Pessoas que caminharam comigo durante um tempo, e algumas que ainda estão, cada gesto, cada movimento, sendo especial, ficou guardado em minha memória. Me aperta o coração não poder revivê-los, é uma pena. Sinto um nó na garganta. Queria tanto levar comigo pra sempre, mas minha memoria é muito falha. Coloco as minhas mãos no rosto e respiro fundo. O amanhã é mais um dia que vai passar e as memórias aos poucos vão se sumindo como um riacho sem fim. Sou uma pedra a beira deste riacho, quando na verdade queria ser, um barquinho de papel.

Canteiro

Voltando pra casa, encontrei um passarinho​ caído no chão. Parei, e observei. Ele realmente estava morto. O peguei em minhas mãos. Era apenas um pardal. Era apenas um garoto segurando um pardal. Pensei, vou tira-lo dá estrada e coloca-lo no canteiro para que ninguém possa passar por cima dele. E segui o meu caminho. Fiquei a pensar. Uma hora. Todos nós iremos. Um dia partiremos. Não sei se ele tinha chegado em seu destino final. Não sei se ele conseguiu conquistar tudo que ele queria. Mas de uma coisa eu sei. Eu estava triste naquele momento, e isso me motivou a seguir. Mesmo que eu não consiga chegar ao meu destino final. Mesmo que eu não consiga conquistar tudo que eu queira. Se alguém me encontrar morto a beira do caminho. Eu espero, que alguém me coloque para descansar em um belo canteiro.

Longe do Paraíso

O tão sonhado paraíso esta muito longe daqui. Tenho sonhado muito com ele, mas acho que fui alienado, e agora duvido que ele realmente exista. Ontem meu companheiro de solidão me deixou, e como águas passadas eu prossegui, e me vi sozinho. Parei para refletir, e estive cego por muito tempo. Como não consegui criar barreiras para me proteger de um desastre tão grande como este. Por dentro sou tão frágil como uma taça de cristal. Como achei que esse tempo todo fosse chegar no paraíso desta forma? Me pergunto. Era tão idiota imaginar uma situação como esta. Olho para o horizonte e vejo o sol se por e penso se serei capaz de sonhar com o paraíso. Uma voz dentro de mim diz para não desistir, e prosseguir. Que no final de cada estrada existe um novo recomeço.

Entre as Árvores

Ficava observando o tempo passar pela janela. As mudanças de iluminação que entravam entre ela sinalizava a importância de ganhar o mundo. Quando abri a janela, olhei bem entre ás árvores e fiquei um tempo a observar. Se olhadas com muita calma, você consegue perceber que elas balançam junto com o vento todo o seu tronco, e suas folhas dançam para o céu aberto. E entre as árvores era possível ver a luz que vinha de um lindo por do sol, que ilustrado da sombra dos pássaros a voar, enfeitava toda aquela parte da floresta. Levantei meus braços para fora da janela e comecei a balançar no mesmo movimento das árvores. Pude sentir o vento que nelas encostava, e entender que não era só isso. Existia muito mais, só não sabia explicar. Mas senti o quanto era prazeroso dançar junto com as arvores ao vento em um singelo entardecer.

Coração Valente

                                                                           

Decidi abrir meus olhos para o mundo quando com ferro fui ferido. Sangrei durante muito tempo, mas meu pranto foi silencioso. A partir de agora não lutarei com a alma, e sim com minha própria armadura. Se eu cair, do chão levantarei sem baixar a cabeça. Sei que na maioria das vezes não é fácil, mas sei que se eu lutar com todas as minhas forças me tornarei invencível. A cada dia serei mais forte, e lutarei por aquilo que sempre busquei. O horizonte infinito. Seguirei em busca do que há de verdade lá, e mostrarei a todos do que realmente sou capaz. Sei que muitas coisas ainda vão acontecer no decorrer desta longa caminhada, mas sei que aqui dentro existe um coração que além de tudo, é valente, e capaz de suportar esta longa jornada da vida. E conquistarei o essencial, a paz e o amor verdadeiro.