quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Canções de amor



Quando eu não sabia o que era o amor, eu escutava uma musica triste e a cantava feliz. Eu nunca imaginei que fosse tão surreal e nunca imaginei que existisse. Mas o dia chegou e eu me machuquei feio. Os sorrisos se transformaram em cicatrizes que estão em todo lugar em mim. Se olhar nos meus olhos veras que não estou bem. Depois que descobri o efeito que a musica estava transmitindo, a mensagem que soava em meus ouvidos passou a ser tudo o que eu estava passando. Os dias em que eu fiquei deitado chorando por quem partiu e nunca mais voltaria. Levaram um pedaço do meu coração. Eu tentei ficar bem, mas estava caindo feio quando tentava me levantar. Quando descobri o amor, acabei fazendo varias descobertas. Solidão, tristeza, distancia, sonhos perdidos, esperanças falsas, buracos negros, ilusão, acreditar, algo, que, não, existe. Você dizia que ficaria comigo para sempre, que seriamos felizes, que ficaria quando eu me sentisse sozinho. Estou me sentindo sozinho e não consigo compreender porque não estas aqui. Você diz que me ama e eu acredito em cada palavra. Os dias passam e eu tento esquecer as palavras, tentando me tornar forte como uma pedra. Você me aparece só para me deixar para baixo, e eu me sinto novamente querendo você e ao mesmo tempo querendo que vá embora.  Não quero compreender mais nada. Chega de acreditar em algo que não existe. Você me disse um dia para acreditar nas suas palavras, mas eu não poderia me entregar, eu tinha medo, mas me entreguei sem lhe avisar. Agora entendo quando você partiu sem avisar. Eu poderia ter te esquecido para não doer tanto. Mas até hoje eu ainda penso em você. Escutar músicas tristes não vão me fazer cantar como eu cantava. Eu não consigo mais cantá-las. As lágrimas descem e minha garganta falha. Vazio, solidão, estou, perdido, em, algum, lugar.



Companhia solitária



Vamos lá, levante-se daí. Ele nunca esteve ao seu lado. Seu amor partiu sem dizer adeus. Hoje chove todos os dias, corra para fechar as janelas porque se não vai morrer afogado nessa inundação. Levante-se desse chão frio, ele foi embora sem olhar para trás. Seu amor rasgou a carta que você escreveu para ele, jogou fora cada pedacinho, e para cada pedaço uma lágrima. Porque você o ama? Porque só nele você encontrou uma maneira de viver feliz sem quebrar a ponta do nariz. Vai embora, limpe sua roupa suja. Corra para casa e leve suas lágrimas. Seus olhos estão inchados. Precisa de uma cama para descansar seus olhos e prometa não fazer xixi na cama. Prometa que não vai chorar por quem levou o seu jogo de quebra-cabeça favorito. O que esta acontecendo aqui? Levante-se desse chão sujo e se recomponha, ele não vai voltar nunca mais.

Fim da guerra



Não há mais nada a fazer. Você jorrou seu sangue até onde podia e esta aí caído e sem alma. Perdeu-se dentro de si mesmo. Seja forte! A esperança é a ultima que morre. Se segure na sua confiança. A guerra já acabou, mas você ainda está lá lutando por algo que não existe mais. Saia daí amigo! Os demônios estão se aproveitando de sua esperança. Desista dessa luta, você já perdeu! Feche os olhos e espere. Aguarde os dias irem embora. Você tem que sair desse campo de batalha. A guerra acabou e você não pode lutar sozinho. Feche os olhos e espere sua hora.

Hora da partida

 

Escuto sua voz me chamando. Sussurros que vem da noite. Doce com um sonho, você aparece na minha frente com um sorriso apaixonante. Abrace-me o mais forte que puder e, por favor, me faça acreditar que este momento é real e que vai durar para sempre. Hoje dormimos em camas separadas, em cidades diferentes, mas o seu amor ficou comigo. Todo o seu carinho, suas mãos no meu cabelo, seu olhar profundo como a noite deixando cair uma lágrima. Meu amor esta partindo esta noite. Ele esta viajando para longe, olhando pelo vidro do carro, ele esta escutando uma musica e vai lembrar-se de mim. Minha vida não será mais a mesma. Leve consigo meu amuleto da sorte, vai te proteger de todo mal. venha pela ultima vez ao meu encontro às sete da noite. Hoje vamos nos beijar pela ultima vez, nos olhar, nos tocar, sentir o calor um do outro pela ultima vez. Saiba que te amei. Te amei muito. Mas agora tenho que ir. Odeio despedidas.

Morrer de viver



To com vontade de fazer uma besteira bem grande. To querendo acabar com a minha vida. Quero ir embora daqui. Pra bem longe onde ninguém possa me achar. Estava pensando em algo bem dolorido, algo que me rachasse ao meio. Não quero sentir muita dor, quero que seja muito rápido, como um apagar de uma luz. Deus. Perdoe-me. Eu não suporto mais ficar aqui neste lugar. Eu perdi todos os meus sonhos, todas as lutas. As pessoas podem me chamar de fraco, podem rir de mim, eu não vou ligar para o que elas dizem, eu só quero sair daqui o mais rápido possível. Entrar dentro de uma caixinha e me trancar lá dentro e me esconder de todos. Não aguento mais. Eu sinceramente não aguento mais ficar aqui. Eu não quero mais ser machucado pelas pessoas. Foi por isso que fiz essa difícil decisão. Eu quero morrer. Morrer de uma morte não muito dolorida. Quero dormir e não acordar mais. Não estou desistindo, estou me entregando. A guerra acabou e eu me rendo. Pode atirar no meu peito, era isso que eu queria a todo o momento. Viver é saber que um dia vamos morrer. E morrer é estar cansado de viver.

Poesia sem rima.






Se eu estivesse escolhido ficar,
Você ainda me machucaria?
Seriamos infelizes sem nos amar,
Ainda assim me perderia.

Se eu fosse o azul do mar,
Em mim você se banharia?
Seriamos como água e sal.
Muito salgado eu diria.

Se eu voltasse a te amar,
Quantas vezes você me amaria?
Seriamos um coração a pulsar.
Logo em seguida se romperia.

Se eu fosse à brisa do mar,
Que em sua pele te arrepia.
Seriamos o calor a se agasalhar,
No coração o frio congelaria.

Se partisse sem se despedir,
O sentido da poesia se perderia.
Por isso peço para não ir sem mim.
Minha poesia perderia a rima.
 

A História da Águia



                A águia é uma ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a viver setenta anos. Mas para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão. Aos quarenta anos ela esta com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva apontando contra o peito. As asas envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, se tornando difícil voar com agilidade. Então a águia só tem duas escolhas a fazer: morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irão durar 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha rochosa, recolhendo-se em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Após encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo totalmente. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só cinco meses depois de suas penas novas terem nascido saí o voo de renovação para viver então mais trinta anos.
                “Em nossas vidas, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um voo de vitoria, devemos nos desprender de lembranças, costumes, velhos hábitos que nos causam dor. Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que a renovação sempre nos trás.”

Eu sou a minha maneira de ser



Lembro quando estava no colégio e todos tiravam sarro de mim. E eu me encolhia no cantinho da sala, calado, como um cachorro sem dono. E todas as manhas eu pensava, “isso vai mudar”. Eu só quero ser eu mesmo, amar quem eu sou. Não quero que as pessoas me destruam como se eu não fosse um nada. Eu sou alguém. Eu tenho que fazer algo todos os dias para isso mudar. Eu sou livre, e ninguém pode me impedir de ser quem eu sou. Às vezes eu acho que o rancor é mais forte, mas eu tenho amigos que me explodem para o alto como um dinamite. Eu vou cair no chão, mas sei que tenho chances. Eu sempre fui um estranho, mas isso não é motivo para bajulação. Eu só quero ser eu mesmo. Não tenho nada a oferecer, só minha maneira de ser. Ser eu mesmo. Amar quem eu sou todos os dias. Sendo um estranho, me achando feio, esquisito, com manias que nunca vão mudar. Eu vou me amar todos os dias, porque sei que a gloria começa dentro de mim primeiro. Essa é a minha prece. Eu vou reinar dentro de mim primeiro, antes de brilhar. Porque esse sou eu. Só quero ser eu mesmo.

Uma dose de mim




Sou sua dose de veneno. Me experimente uma vez para sentir a overdose possuir seu corpo. Você acha que sabe algo sobre mim, mas na verdade você não lembra nem o que aconteceu na semana passada. Você não entendia porque a maré secava. Meu amor, a terra não é completamente redonda. Eu não sou perfeito, mas sou o bastante para te deixar satisfeito. Você vai procurar em outros bares a mesma bebida, mas não vai sentir o mesmo gosto. Quer mais uma dose? Então volte para os meus braços. Te prometo que se me experimentar uma vez nunca mais vai me deixar. Serei seu vício daqui pra frente.

Pensamentos antes de dormir




Pensamentos estendidos a noite antes de dormir. Tudo esta ao seu redor. Você foi um garoto bonzinho até agora. Quieto, calado, distante de todos. Ele tem medo de ir além, medo de se misturar com essas pessoas estranhas. Deixe o garoto enxugar suas lagrimas sozinho, para isso ele não precisa de ajuda. Feche os olhos e tente dormir, pois a noite acabou de começar, e seus sonhos somente se realizaram em seus sonhos. Pare de pensar cabeça, eu preciso dormir! Estou me aquecendo do frio e a constelação esta sobre o teto. A noite vai ser longa. Não deixe as pessoas pisarem na sua cabeça. Não seja tão tolo garoto! Não deixe levarem seu coração sem antes lhe pagarem caro pelo feito. Tire esse rosto inocente da cara. As pessoas do mundo em que você vive são estranhas demais. Mantenha distancia! Seja como uma montanha. Perigoso, elevado e forte.

Barquinho de papel



Não tenho nada para seguir em frente. Nem desejos nem sonhos. Nada mais me motiva. Me encontro perdido na esquina de cada rua. Não tenho nada para seguir em frente. Somente pensamentos vazios que não servem para nada. Meus olhos estão sujos. Minha alma esta cansada. Preciso sumir por uns tempos, mas não tenho forças para seguir um destino. Sou um barquinho de papel sem rumo descendo ladeira a baixo na lama suja do asfalto até sumir em um bueiro.

Eu era seu sonho




As ruas desertas. Os sonhos perdidos. Um garoto com seu sorriso apagado na calçada. O que esperar da vida? É tão difícil respirar quando o mundo esta sobre suas costas. Eu sei que sou um estranho para você, mas sou esperto. Sobreviver a todos os atentados terroristas da vida, essa é a minha missão. Agora eu sou um homem, mas que diferença isso faz? Eu perdi o brilho no olhar. Eu não sou um estranho, você só me perdeu de vista na noite. O caminho é longe, e por enquanto estou sentado na calçada com um sorriso apagado. As ruas estão desertas. A madrugada é para as almas sem vida. Sou um sonho que se perdeu no vazio. Estou sobrevivendo dentro de sua cabeça todos os dias. A cada dia um pouquinho se apaga. Agora sou um sonho esquecido. Sou um estranho para você? Não! Você me perdeu de vista na multidão. Sou seu sonho inválido agora. Do que adianta? Protestos não irão servir. Por isso há um garoto sentado na calçada com seu sorriso apagado.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Mensagem da garrafa





O quarto fica vazio sem ela aqui,
Fazendo-me perder o equilíbrio.
Me pego pensando em fugir,
Todas as vezes que me sinto sozinho.

O luar me deixa tão frio.
Frio como uma gota de chuva,
Que em todas as chuvas sinto,
Solidão minha um pouco sua.

Achei uma mensagem na garrafa,
Que me diz para sair voando.
Neste quarto perdi minha alma,
Quando em você sigo pensando.

Da janela vejo os pássaros a migrar,
E fico aqui com meu cobertor.
Deixo meu coração partido se levar.
No horizonte distante, longe do meu amor.

Maneira imperfeita





Eu não sei o que estou fazendo aqui, mas vou tentar mudar essa situação. Todos já foram embora. E agora? Alguém aí quer dançar comigo até a madrugada? Não sei que merda é essa, mas quero que seja imperfeito da minha maneira perfeita. Vou sujar minhas mãos quando tiver algo para fazer. Vou levantar cedo quando o trabalho for duro. E se eu estiver de folga, vou dançar até o dia amanhecer. E foda-se todo mundo. Porque eu estou com o sangue quente. Chega de condição. Não quero saber de proibição. Quero perder a inibição, e sair correndo pela rua livre. Chega dessa merda de vida. Estou cansado disso. Sorrisos enferrujados. Eu não sei o que estou fazendo aqui, mas quero mudar essa situação. Vou acordar mais forte na manhã seguinte. Chega dessa velha arma de sedução. Cansei de ser o rótulo, agora quero ser o conteúdo, é mais gostoso. Foda-se todo mundo. Eu só quero que seja da minha maneira imperfeita. Vou fazer como eu quiser e ninguém vai me barrar.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Borboleta e o Casulo



Um dia uma pequena abertura apareceu em um casulo. Um homem sentou-se e passou a observar a borboleta que, por varias horas, se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então, em certo momento, pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso, parecia que ela tinha ido o mais longe que podia e não conseguia mais continuar nessa sua missão de deixar o seu casulo.
                Então o homem decidiu ajudar a borboleta. Ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas, atrofiadas. O homem então continuou a observar porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se formar a tempo. Nada aconteceu. Na verdade, a borboleta passou o resto de seus dias rastejando com um corpo murcho e as asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem em sua gentileza, não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário para a borboleta passar através de sua pequena abertura, era o modo com que a natureza agia para que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar, uma vez que estivesse livre do casulo.
“Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta ajudar o broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que tem de acontecer de dentro para fora.”
Rubens Alves

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O Segredo Da Imortalidade – 1 Capitulo





1: Primeiro encontro
1996/06/06
                Tínhamos marcado de nos ver no parque da esperança às 7 horas da noite. Seria perfeito. Quando o vi chegar, foi como se a felicidade estivesse caminhando até mim. Era como a água de um riacho que corre com uma facilidade extrema. Seu sorriso curou todas as minhas feridas. Ele iria descobrir todos os meus segredos sobre a imortalidade e com isso ele me teria para todo o sempre. – Diário de Denis.
               
                O parque estava bem movimentado, cheio de casais passeando com seus filhos. Um carrinho de pipocas e algodão doce. Era muita felicidade ao redor de Denis e isso o deixava incomodado. Estava muito feliz e ansioso para o seu encontro com Lucas. O tinha conhecido numa festa de aniversario de um de seus amigos não muito próximo. A festa tinha sido um saco. Mas tinha conhecido um cara legal e aquele foi o motivo para ele ficar até o final da festa. Os dois trocaram telefone e marcaram de ser ver.
                Fazia muito frio. Já estava ficando impaciente. Ele estava demorando demais. Denis olhou para o relógio no pulso. Eram 07h02min. Passaram-se apenas 2 minutos. Mas que droga. Pensou Denis. Gostava sempre de ser pontual. Sempre que tinha um compromisso. Chegava cedo alguns minutos antes. Mas nunca entrava no local marcado antes do horário. Contava o tempo no relógio e esperava até o ultimo minuto e aí sim caminhava até seus últimos passos. Sendo sempre pontual.
                Estava distraído olhando aquelas crianças correrem com balões para todos os lados. Quando viu um rapaz de camiseta azul escura de mangas compridas e calça jeans vindo em sua direção.
Meu deus! Ele realmente veio.
­– Boa noite Denis. – Disse Lucas aproximando-se de Denis dando-lhe um abraço. – Estou muito feliz em poder revê-lo.
– Boa noite. Eu também estou muito feliz por isso, e mais ainda por ter vindo. – Respondeu Lucas um pouco sem jeito.
– Eu confesso que estou um pouco nervoso. – Lucas falou num tom baixo, como se não quisesse que ninguém escutasse aquilo. Logo depois se sentou ao lado de Denis no banco do parque.
                Denis sorriu. Deixou transparecer que estava muito feliz por estar ali. E quando Lucas retribuiu os risos. Denis estava paralisado naquele sorriso que lhe trazia uma tranquilidade na alma. Nunca tivera sentido isso antes.
– Você esta bem? – Perguntou Lucas percebendo que Denis estava paralisado em algo nele.
– Sim... Estou bem. – Respondeu Denis disfarçando o olhar.
– Você mora com seus pais? – Perguntou Lucas como se estivesse puxando assunto.
– Não os conheço... – Denis fez uma pausa e pensou baixando a cabeça. – Eu fui adotado. Meus pais eram muito pobres, não tinham condições de me criar. Hoje moro sozinho. A minha mãe de criação faleceu ano passado num acidente de carro com o marido dela.
– Eu sinto muito. – Lucas demonstrava no olhar que conseguia compreender a situação pela qual Denis tinha passado. Realmente tinha sido uma barra muito pesada.
– Hoje eu estou bem. Pode ter certeza disso.
– Você nunca buscou saber se tinha irmãos dos seus pais biológicos? – Lucas demonstrava-se curioso para saber sobre o assunto.
– Não. Nunca na verdade. Nunca pensei nessas possibilidades. Minha mãe de criação era dona de uma fortuna muito grande. Era casada com um americano. Que me ensinou sua língua. Eles também ajudavam instituições de caridade. Adoravam crianças. Minha mãe nunca pode ter filhos. Por isso, decidiu adotar uma criança. E acabou me encontrando.
– Podemos ir até a sua casa um dia. Deve ser bem melhor conversar em um lugar mais calmo. Aqui todos nos observam. Isso me deixa um pouco preso.
– Claro que sim. Temos muitas coisas para conversar. – Denis abriu um sorriso um pouco enigmático.
– Quer comer uma pipoca? Ou quem sabe algodão doce? – Lucas soltava um sorriso sincero nos lábios. Agora quebrando o clima chato de historias triste.
– Pipoca, por favor. – Denis retribuía o sorriso.
                Vendo aquele belo homem se distanciar dele um pouco. Reparou no seu corpo. Ele queria poder abraçá-lo logo. Lucas olhava para trás com um olhar ingênuo. Não sabia o que se passava na cabeça de Denis. Era um rapaz bonito, inteligente e parecia ser uma pessoa confiável. Lucas sentia que poderia ter algo com ele, mas quando estava perto dele algo ao mesmo tempo gritava “perigo”, “fuja daqui”.
                Quando Lucas voltava na direção de Denis. Que Parecia impaciente como se não quisesse mais estar ali.
– Esta tudo bem com você? Parece impaciente! – indagou Lucas sentando ao lado de denis no banco do parque.
– esta tudo bem. É esse lugar. Muito agitando. Gosto de lugares mais calmos. – Respondeu Denis com um olhar calmo para Lucas.
– Eu também prefiro lugares mais calmos. Podemos ir para minha casa se quiser. Eu te levo. – Lucas demonstrava um grande interesse nisso.
– Não acho que seja uma boa idéia para primeiro encontro se é que você me entende. – Soltou um sorriso ingênuo para Denis.
– Eu concordo com você. Não íamos fazer nada que não quisesse. – Provocou Lucas.
– O que tem nessa pipoca? Sal ou safadeza? – Denis deixou escapar a graça.
                Os dois riram juntos. Estava descontraído o clima tenso entre os dois. Pelo jeito estava dando certo. Depois que pararam de rir, Lucas o olhou nos olhos, o sorriso ainda estava se apagando em seus lábios. Denis o olhava sentindo o desejo que ele estava despertando em si. De repente Denis levanta do banco e puxa Lucas pela mão para que também ficasse de pé e seguiu andando para algum lugar.
– O que esta fazendo? – perguntou Lucas se aproximando de Denis.
– Quero que você veja uma coisa comigo.
                Denis pegou pelo braço de Lucas e depois soltou para que as pessoas não estranhassem nada sobre eles. Denis o levou até uma escadaria que tinha no parque, que subia até um terraço na parte de cima. Chegando à parte de cima. Lucas jogou o saco de pipocas no lixo que havia ali perto e admirou o local. Tinha vários canteiros com varias plantas. E o mais magnífico era os prédios ao redor e o céu grande e azul escuro cheio de estrelas.
– Meu deus. Aqui é lindo... Como nunca tinha vindo aqui antes? – Lucas estava realmente muito admirado. Olhava para todos os lugares ao mesmo tempo como se não quisesse perder aquele momento e gravá-lo na memória para sempre.
– É lindo não é mesmo? – Perguntou Denis que estava olhando diretamente nos olhos de Lucas. Seus olhos brilhavam como de uma criança inocente.
– É genial! Perfeito! Magnífico! – Lucas estava sem ar.
                Os dois estavam de frente um para o outro. Deixaram cruzar seus olhares alguns momentos. Estavam admirando a beleza daquela cidade e das estrelas bem em cima de suas cabeças. As mãos de Denis alcançaram as de Lucas. Agora Lucas o olhava nos olhos. Os dois se aproximaram um pouco um do outro. Sentiam medo. Não havia ninguém mais ali em cima a não ser eles. Era aquele o momento que Denis esperava desde a última vez que o viu.
– Esse momento eu imaginei inúmeras vezes antes de dormir. – Disse Denis soltando um sorriso tolo.
– Você esta falando sério? Eu estou impressionado com tudo isso. – Lucas falava olhando para os lugares ao seu redor.
– É realmente muito lindo esse local. Sempre gostei daqui.
– Mas o que mais me chama a atenção diante disso tudo... É você.
                Denis, que estava com a cabeça baixa, logo levantou rapidamente observando aquele olhar malicioso que surgia no rosto de Lucas.
– Eu acho que...
– Não diga nada. – Lucas o interrompeu de imediato num abraço muito forte.
                Denis sentia as mãos de Lucas nas suas costas lhe aquecer. Sua cabeça por cima do ombro de Lucas olhava a cidade se perdendo de longe. Sentiu o cheio que vinha do pescoço de Lucas. Aquilo o deixou perdido. Seu coração agora batia mais forte. Seus corpos se afastaram rapidamente, estava sendo guiado por Lucas. Os olhares agora mais fortes. Perderam-se em um beijo. Denis sentia o gosto que vinha de sua boca. Conseguia sentir o calor. Quando acabou. Denis o olhava perdidamente. Logo tentou disfarçar.
– Acha que vamos nos ver mais vezes? – Perguntou Lucas.
– Se você quiser, sim. Muitas vezes.
– Isso será o inicio de um romance? – Lucas demonstrava-se um pouco inseguro, parecia que algo o perturbava.
– Não sei. Romances dão indícios de que tudo vai ter um final feliz. Não sei o que vai acontecer amanha, mas o que aconteceu hoje pra mim foi maravilhoso.
– Pra mim também. Eu tenho certo receio em me envolver com as pessoas. Medo de me apaixonar.
– Não precisa ter medo comigo. Sei de coisas que se você souber você nunca mais vai me deixar. – Denis soltou um riso simpático e sedutor para Lucas.
– Então pretende assumir um relacionamento comigo? – Lucas perguntou um pouco curioso.
– Não sei o que vai ser do dia de amanha. Mas o meu hoje já me deixou bastante feliz. Esperar? Sim! Eu espero te ver mais vezes. Espero ansioso a partir desse momento.
– Acho uma boa idéia irmos embora para poder sentirmos saudades um do outro. O que você acha?
– Acho que me deve mais um beijo!
                Lucas mais uma vez aproximou-se de Denis que agora segurava a cabeça dele e o beijava como se não fosse haver um amanha. Estava claro que os dois não queriam assumir um para o outro suas vontades. Denis não queria deixar transparecer sua vontade de possuir Lucas somente para ele em um elo de compromisso. E Lucas tinha medo de apaixonar-se por ele. O calor do pecado estava subindo entre os dois quando Denis interrompeu o beijo.
– Melhor irmos embora como disse. – Denis demonstrou gostar daquilo, mas estava achando muito para um primeiro encontro.
– Claro. Como quiser. Vou aguardar muito nosso próximo encontro.
– Eu também. A gente se fala. – Denis soltou um sorriso enigmático nos lábios.
                Saindo sem se despedir formalmente. Denis caminhou até as escadas. Depois de descê-las caminhou ate o lado oposto do lugar onde estavam conversando no banco do parque até a beirada onde havia um carro. Tudo em sua cabeça estava em perfeitas ordens de acontecimento. Conseguiria ter um relacionamento com Lucas logo. Lucas não sabia o que se passava na cabeça daquele rapaz. Ele parecia muito diferente de todos os rapazes que ele já tivera conhecido. Isso era ótimo.
                Quando Lucas desceu as escadas não o viu mais. O que ele quis dizer quando falou em segredos? Pensou Lucas. Os segredos que ele nunca imaginaria estariam bem aos pés dele logo logo. Mas o que ele não imaginava é que o preço de um segredo é muito caro. Segredos nunca podem ser contados. E quando contados não são mais segredos. A não ser que a pessoa que recebeu o segredo mantenha-se calado como um cadeado sem chave. Ou então seja morto pelo seu fornecedor de segredos.

ir embora

  Me deixe em paz. Quando eu quiser ir embora, me deixe ir. Você não precisa me dizer mais nada. Não precisa fingir que somos amigos. Não pr...