segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O Segredo Da Imortalidade – 1 Capitulo





1: Primeiro encontro
1996/06/06
                Tínhamos marcado de nos ver no parque da esperança às 7 horas da noite. Seria perfeito. Quando o vi chegar, foi como se a felicidade estivesse caminhando até mim. Era como a água de um riacho que corre com uma facilidade extrema. Seu sorriso curou todas as minhas feridas. Ele iria descobrir todos os meus segredos sobre a imortalidade e com isso ele me teria para todo o sempre. – Diário de Denis.
               
                O parque estava bem movimentado, cheio de casais passeando com seus filhos. Um carrinho de pipocas e algodão doce. Era muita felicidade ao redor de Denis e isso o deixava incomodado. Estava muito feliz e ansioso para o seu encontro com Lucas. O tinha conhecido numa festa de aniversario de um de seus amigos não muito próximo. A festa tinha sido um saco. Mas tinha conhecido um cara legal e aquele foi o motivo para ele ficar até o final da festa. Os dois trocaram telefone e marcaram de ser ver.
                Fazia muito frio. Já estava ficando impaciente. Ele estava demorando demais. Denis olhou para o relógio no pulso. Eram 07h02min. Passaram-se apenas 2 minutos. Mas que droga. Pensou Denis. Gostava sempre de ser pontual. Sempre que tinha um compromisso. Chegava cedo alguns minutos antes. Mas nunca entrava no local marcado antes do horário. Contava o tempo no relógio e esperava até o ultimo minuto e aí sim caminhava até seus últimos passos. Sendo sempre pontual.
                Estava distraído olhando aquelas crianças correrem com balões para todos os lados. Quando viu um rapaz de camiseta azul escura de mangas compridas e calça jeans vindo em sua direção.
Meu deus! Ele realmente veio.
­– Boa noite Denis. – Disse Lucas aproximando-se de Denis dando-lhe um abraço. – Estou muito feliz em poder revê-lo.
– Boa noite. Eu também estou muito feliz por isso, e mais ainda por ter vindo. – Respondeu Lucas um pouco sem jeito.
– Eu confesso que estou um pouco nervoso. – Lucas falou num tom baixo, como se não quisesse que ninguém escutasse aquilo. Logo depois se sentou ao lado de Denis no banco do parque.
                Denis sorriu. Deixou transparecer que estava muito feliz por estar ali. E quando Lucas retribuiu os risos. Denis estava paralisado naquele sorriso que lhe trazia uma tranquilidade na alma. Nunca tivera sentido isso antes.
– Você esta bem? – Perguntou Lucas percebendo que Denis estava paralisado em algo nele.
– Sim... Estou bem. – Respondeu Denis disfarçando o olhar.
– Você mora com seus pais? – Perguntou Lucas como se estivesse puxando assunto.
– Não os conheço... – Denis fez uma pausa e pensou baixando a cabeça. – Eu fui adotado. Meus pais eram muito pobres, não tinham condições de me criar. Hoje moro sozinho. A minha mãe de criação faleceu ano passado num acidente de carro com o marido dela.
– Eu sinto muito. – Lucas demonstrava no olhar que conseguia compreender a situação pela qual Denis tinha passado. Realmente tinha sido uma barra muito pesada.
– Hoje eu estou bem. Pode ter certeza disso.
– Você nunca buscou saber se tinha irmãos dos seus pais biológicos? – Lucas demonstrava-se curioso para saber sobre o assunto.
– Não. Nunca na verdade. Nunca pensei nessas possibilidades. Minha mãe de criação era dona de uma fortuna muito grande. Era casada com um americano. Que me ensinou sua língua. Eles também ajudavam instituições de caridade. Adoravam crianças. Minha mãe nunca pode ter filhos. Por isso, decidiu adotar uma criança. E acabou me encontrando.
– Podemos ir até a sua casa um dia. Deve ser bem melhor conversar em um lugar mais calmo. Aqui todos nos observam. Isso me deixa um pouco preso.
– Claro que sim. Temos muitas coisas para conversar. – Denis abriu um sorriso um pouco enigmático.
– Quer comer uma pipoca? Ou quem sabe algodão doce? – Lucas soltava um sorriso sincero nos lábios. Agora quebrando o clima chato de historias triste.
– Pipoca, por favor. – Denis retribuía o sorriso.
                Vendo aquele belo homem se distanciar dele um pouco. Reparou no seu corpo. Ele queria poder abraçá-lo logo. Lucas olhava para trás com um olhar ingênuo. Não sabia o que se passava na cabeça de Denis. Era um rapaz bonito, inteligente e parecia ser uma pessoa confiável. Lucas sentia que poderia ter algo com ele, mas quando estava perto dele algo ao mesmo tempo gritava “perigo”, “fuja daqui”.
                Quando Lucas voltava na direção de Denis. Que Parecia impaciente como se não quisesse mais estar ali.
– Esta tudo bem com você? Parece impaciente! – indagou Lucas sentando ao lado de denis no banco do parque.
– esta tudo bem. É esse lugar. Muito agitando. Gosto de lugares mais calmos. – Respondeu Denis com um olhar calmo para Lucas.
– Eu também prefiro lugares mais calmos. Podemos ir para minha casa se quiser. Eu te levo. – Lucas demonstrava um grande interesse nisso.
– Não acho que seja uma boa idéia para primeiro encontro se é que você me entende. – Soltou um sorriso ingênuo para Denis.
– Eu concordo com você. Não íamos fazer nada que não quisesse. – Provocou Lucas.
– O que tem nessa pipoca? Sal ou safadeza? – Denis deixou escapar a graça.
                Os dois riram juntos. Estava descontraído o clima tenso entre os dois. Pelo jeito estava dando certo. Depois que pararam de rir, Lucas o olhou nos olhos, o sorriso ainda estava se apagando em seus lábios. Denis o olhava sentindo o desejo que ele estava despertando em si. De repente Denis levanta do banco e puxa Lucas pela mão para que também ficasse de pé e seguiu andando para algum lugar.
– O que esta fazendo? – perguntou Lucas se aproximando de Denis.
– Quero que você veja uma coisa comigo.
                Denis pegou pelo braço de Lucas e depois soltou para que as pessoas não estranhassem nada sobre eles. Denis o levou até uma escadaria que tinha no parque, que subia até um terraço na parte de cima. Chegando à parte de cima. Lucas jogou o saco de pipocas no lixo que havia ali perto e admirou o local. Tinha vários canteiros com varias plantas. E o mais magnífico era os prédios ao redor e o céu grande e azul escuro cheio de estrelas.
– Meu deus. Aqui é lindo... Como nunca tinha vindo aqui antes? – Lucas estava realmente muito admirado. Olhava para todos os lugares ao mesmo tempo como se não quisesse perder aquele momento e gravá-lo na memória para sempre.
– É lindo não é mesmo? – Perguntou Denis que estava olhando diretamente nos olhos de Lucas. Seus olhos brilhavam como de uma criança inocente.
– É genial! Perfeito! Magnífico! – Lucas estava sem ar.
                Os dois estavam de frente um para o outro. Deixaram cruzar seus olhares alguns momentos. Estavam admirando a beleza daquela cidade e das estrelas bem em cima de suas cabeças. As mãos de Denis alcançaram as de Lucas. Agora Lucas o olhava nos olhos. Os dois se aproximaram um pouco um do outro. Sentiam medo. Não havia ninguém mais ali em cima a não ser eles. Era aquele o momento que Denis esperava desde a última vez que o viu.
– Esse momento eu imaginei inúmeras vezes antes de dormir. – Disse Denis soltando um sorriso tolo.
– Você esta falando sério? Eu estou impressionado com tudo isso. – Lucas falava olhando para os lugares ao seu redor.
– É realmente muito lindo esse local. Sempre gostei daqui.
– Mas o que mais me chama a atenção diante disso tudo... É você.
                Denis, que estava com a cabeça baixa, logo levantou rapidamente observando aquele olhar malicioso que surgia no rosto de Lucas.
– Eu acho que...
– Não diga nada. – Lucas o interrompeu de imediato num abraço muito forte.
                Denis sentia as mãos de Lucas nas suas costas lhe aquecer. Sua cabeça por cima do ombro de Lucas olhava a cidade se perdendo de longe. Sentiu o cheio que vinha do pescoço de Lucas. Aquilo o deixou perdido. Seu coração agora batia mais forte. Seus corpos se afastaram rapidamente, estava sendo guiado por Lucas. Os olhares agora mais fortes. Perderam-se em um beijo. Denis sentia o gosto que vinha de sua boca. Conseguia sentir o calor. Quando acabou. Denis o olhava perdidamente. Logo tentou disfarçar.
– Acha que vamos nos ver mais vezes? – Perguntou Lucas.
– Se você quiser, sim. Muitas vezes.
– Isso será o inicio de um romance? – Lucas demonstrava-se um pouco inseguro, parecia que algo o perturbava.
– Não sei. Romances dão indícios de que tudo vai ter um final feliz. Não sei o que vai acontecer amanha, mas o que aconteceu hoje pra mim foi maravilhoso.
– Pra mim também. Eu tenho certo receio em me envolver com as pessoas. Medo de me apaixonar.
– Não precisa ter medo comigo. Sei de coisas que se você souber você nunca mais vai me deixar. – Denis soltou um riso simpático e sedutor para Lucas.
– Então pretende assumir um relacionamento comigo? – Lucas perguntou um pouco curioso.
– Não sei o que vai ser do dia de amanha. Mas o meu hoje já me deixou bastante feliz. Esperar? Sim! Eu espero te ver mais vezes. Espero ansioso a partir desse momento.
– Acho uma boa idéia irmos embora para poder sentirmos saudades um do outro. O que você acha?
– Acho que me deve mais um beijo!
                Lucas mais uma vez aproximou-se de Denis que agora segurava a cabeça dele e o beijava como se não fosse haver um amanha. Estava claro que os dois não queriam assumir um para o outro suas vontades. Denis não queria deixar transparecer sua vontade de possuir Lucas somente para ele em um elo de compromisso. E Lucas tinha medo de apaixonar-se por ele. O calor do pecado estava subindo entre os dois quando Denis interrompeu o beijo.
– Melhor irmos embora como disse. – Denis demonstrou gostar daquilo, mas estava achando muito para um primeiro encontro.
– Claro. Como quiser. Vou aguardar muito nosso próximo encontro.
– Eu também. A gente se fala. – Denis soltou um sorriso enigmático nos lábios.
                Saindo sem se despedir formalmente. Denis caminhou até as escadas. Depois de descê-las caminhou ate o lado oposto do lugar onde estavam conversando no banco do parque até a beirada onde havia um carro. Tudo em sua cabeça estava em perfeitas ordens de acontecimento. Conseguiria ter um relacionamento com Lucas logo. Lucas não sabia o que se passava na cabeça daquele rapaz. Ele parecia muito diferente de todos os rapazes que ele já tivera conhecido. Isso era ótimo.
                Quando Lucas desceu as escadas não o viu mais. O que ele quis dizer quando falou em segredos? Pensou Lucas. Os segredos que ele nunca imaginaria estariam bem aos pés dele logo logo. Mas o que ele não imaginava é que o preço de um segredo é muito caro. Segredos nunca podem ser contados. E quando contados não são mais segredos. A não ser que a pessoa que recebeu o segredo mantenha-se calado como um cadeado sem chave. Ou então seja morto pelo seu fornecedor de segredos.

Um comentário:

  1. Só em ver o título do primeiro capitulo me deu vontade de lê-lo. Aguardo o segundo, ansioso para saber o desenrolar dessa aventura romântica.

    ResponderExcluir

ir embora

  Me deixe em paz. Quando eu quiser ir embora, me deixe ir. Você não precisa me dizer mais nada. Não precisa fingir que somos amigos. Não pr...