quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Casinha amarela


Era uma casa pobre, só no tijolo, de amarelo só tinha a porta e a janela na casa, de tantas casas essa foi a minha preferida, o amarelo da porta marcou minha vida. Na janela da frente dava pra ver o quarto inteiro, o lençol da cama com a estampa de um palhaço, lençol frio que nas noites me esquentavam, eu amava o lençol do palhaço. Deitado na cama olhando para o telhado, a luz do sol que bate no telhado, o sol que entrava em alguns buracos do telhado, amarelo giz de cera. A porta dos fundos, o pé de goiaba no final do quintal, os patos que tomavam banho numa poça em baixo na goiabeira, a pata sempre perto de seus filhotes, patinhos amarelos. O banheiro ficava fora de casa, no quintal, não tinha teto o banheiro, era sobre as estrelas, era lindo. Dentro de casa a sala ficava junto com a cozinha, encostada na parede da sala ocupava espaço uma pequena bicicleta vermelha, um modelo muito diferente das de hoje, bicicleta vermelha e velha sempre encostada na parede, naquele tempo eu não sabia andar de bicicleta, mais mesmo assim eu gostava muito dela. Na calçada de casa, minha mãe conversava com suas amigas até as nove horas, e eu com meus amigos brincávamos pra caramba, na frente de minha casa de porta amarela, casa em que tive boas recordações, casinha amarela, que de amarelo só a porta e a janela.

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