quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tempestade



Sinto o céu se escurecer, sinto meu corpo ficar em temperatura baixa, fria, gélida. Estou em meu pensamento agora, num campo livre, sem nada, na varanda de uma casa vazia, só meus pensamentos gritam pela janela, se afogue em seus pensamentos. Um piano com sua musica triste interrompida por uma batida brusca no teclado, e o silencio da musica toma espaço em minha mente. O vento congelado bate no meu corpo, no meu cobertor, eu não consigo sentir minhas pernas que antes estava tremendo, e nesse momento estão imóveis. Vejo ela me chamando na beira do mar escuro. Levanto-me e saio pela areia da praia escura pela tempestade negra. Vejo ela na beira do mar, apenas com seus pés afogados. Quando cheguei perto da tempestade, ela me olhou bem fundo nos olhos, e olhou para o mar negro em violentas ondas, é como se dissesse, venha comigo, venha afogar os seus problemas. Peguei na mão da tempestade e olhei em seus olhos, baixei a cabeça, e dei um passo para trás. A tempestade se aproximou de meu rosto e deu-me um beijo frio, e depois sumiu em ondas na beira do mar. Voltei para a sacada da casa, e lá fiquei a observar a grande tempestade. Eu tenho problemas pra afogar, pensei um pouco e percebi que não sou o problema, só isso me fez desistir, desistir de afundar. Fiquei na varanda sentindo o frio me congelar, olhando aquela linda tempestade dançando sobre as ondas. 

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