domingo, 22 de dezembro de 2013

Morfina




Ele estava fazendo uma promessa a si mesmo: não procurar por sentimentos que não existem, sentimentos que não podia sentir serem de verdade. Escolheu partir numa manhã para um lugar chamado esquecimento, porque lá ninguém sentiria sua falta. Algumas vezes se pegou pensando em ficar e tentar mais uma vez, mas das tentativas que teve todas foram fracassadas, e sentiu muito em admitir isso a si mesmo, estava desistindo, seu coração não suportava mais essa mesma dor. Como uma estrela, quando morre, ela se autodestrói formando um buraco negro e levando tudo ao seu redor junto com ela pra dentro de si mesma. Se sentia assim. Sentia que estava se autodestruindo.  A dor no peito de abandono, de tudo e de todos, que não estavam à mínima pra ele. Para se ter uma ideia até os inimigos dele estavam em suas orações, pedia a deus para que iluminasse a todos. Seu coração está partido, não suporta mais ficar. Às vezes precisa de ar pra respirar, às vezes precisa fugir da realidade, mas hoje ele decidiu partir pra sempre. Achou que a única solução para que ele pudesse ficar seria uma doze bem forte de morfina em suas veias. Precisava se frio como uma pedra mais não conseguia. E lá se vai o garoto sem planos, que não queria viver sozinho pra sempre, que queria descobrir o mundo, que percebeu que tudo era impossível demais, que a bagagem estava muito pesada, e desistir foi à solução. 

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